Cantigas de Capoeira
Sul da Bahia
Contra Mestre Maxuel
. Ladainha: Rei Zumbi dos Palmares
CANTICAS DE DOMINIO POPULAR
A história nos engana
Diz tudo pelo contrário
Até diz a abolição
Aconteceu no mês de maio
A prova dessa mentira,
É que da miséria eu não saio
Viva vinte de novembro
Momento pra se lembrar
Não vejo em treize de maio
Nada pra comemorar
Muitos tempos se passaram,
E o negro sempre a lutar
Zumbi é nosso herói
Zumbi é nosso herói, colega velho,
Do Palmares foi senhor
Pela causa do homem negro
Foi ele quem mais lutou
Apesar de toda luta
O negro não se libertou, camará
2. Chula
Iê, é hora. É hora
Iê, é hora. É hora, camará
Iê, vamos embora
Iê, vamos embora, camará
Pela barra afora
Pela barra afora, camará
Iê, Viva meu Deus
Iê, Viva meu Deus, camará
Iê, Viva meu Mestre
Iê, Viva meu Mestre, camará
Iê, quem me ensinou
Iê, quem me ensinou, camará
3. Santa Bárbara
O Santa Bárbara que relampuê
O Santa Bárbara que relampuá
O Santa Bárbara que relampuê
Que relampuê, que relampuá
O Santa Bárbara que relampuê
4. Côco no Dente
Eu ví a cutia com côco no dente
Comendo farinha com cocada quente
Eu ví a cutia com coco no dente
com côco no dente, com côco no dente
Eu ví a cutia com coco no dente
Com chapeu de palha quebrado na frente
Eu ví a cutia com coco no dente
Comendo farinha, sorrindo pra gente
Eu ví a cutia com coco no dente
5. Tem Dendê, Tem Dendê
Tem dendê, tem dendê,
No jogo de Angola tem dendê
Tem dendê, tem dendê,
No jogo de baixo tem dendê
Tem dendê, tem dendê,
O toque de Angola tem dendê
Tem dendê, tem dendê,
6. Tim, tim, tim lá vai Viola
Oi, tim, tim, tim lá vai Viola,
Lelele lá vai Viola
Tim, tim, tim lá vai Viola
Oi lá vai Viola
Tim, tim, tim lá vai Viola
Esse jogo bonito é um jogo de Angola
Tim, tim, tim lá vai Viola
Viola meu bem Viola
Tim, tim, tim lá vai Viola
Olelelelele lá vai Viola
Tim, tim, tim lá vai Viola
Viola, violinha, viola
Tim, tim, tim lá vai Viola
Gunga medio e viola
Tim, tim, tim lá vai Viola
Viola, violinha, viola ,viola
Tim, tim, tim lá vai Viola
7. Saia do mar, Marinheiro
O iaia saia do mar marinheiro
O iaia saia do mar estrangeiro
Saia do mar, saia do mar, Marinheiro
Olele saia do mar marinheiro, saia do mar, marinheiro
Saia do mar, saia do mar, Marinheiro
O iaia saia do mar marinheiro
O iaia saia do mar estrangeiro
Saia do mar, saia do mar, Marinheiro
8. Ai, ai, ai, ai São Bento me chama
Ai, ai, ai, ai São Bento me chama
Ai, ai, ai, ai
São Bento chamou
Ai, ai, ai, ai
Me chamou pra jogar
Ai, ai, ai, ai
La na beira do Mar
Ai, ai, ai, ai
Arianha me puxa
Ai, ai, ai, ai
Me joga no chão
Ai, ai, ai, ai
Oi maltrate esse nego
Ai, ai, ai, ai
Conforme a razão
Ai, ai, ai, ai
São Bento me chama
Ai, ai, ai, ai
Oi São Bento me quer
Ai, ai, ai, ai
9. Ô Nêga que vende aí
Ô Nêga que vende aí, que vende aí, oi que vende aí
Ô Nêga que vende aí
É côco do norte que vem do Brasil
Ô Nêga que vende aí
Vende Arroz do Maranhão
Ô Nêga que vende aí
Que o senhor mandou vender
Ô Nêga que vende aí
10. Abalou Capoeira (Op de CD1 van GCAP: Abalou Cachoeira)
Abalou Capoeira, abalou
Mas abalou deixa abalar
Abalou, Capoeira, abalou
De uma mão quebro bolacha
Abalou, Capoeira, abalou
E com a outra bebo café
Abalou, Capoeira, abalou
De casamento eu não falei
Abalou, Capoeira, abalou
Mas fica quando Deus quiser
Abalou, Capoeira, abalou
Quem quiser moça bonita, vai pra ilha de Maré
Abalou, Capoeira, abalou
11. Chora viola
Chora viola, chora,
Chora viola
Chora
Chora viola
Chora
Viola chora
Chora
Viola violinha
Chora
Chora viola
Chora
12. Ai, ai, aidê
Ai, ai, aidê,
joga bonito que eu quero ver
Ai, ai, aidê
Joga bonito, que eu quero aprender
Ai, ai, aidê
Aidê, aidê, aidê, aidê,
Ai, ai, aidê
Era eu era você
Ai, ai, aidê
Joga bonito, que o povo quer ver
Ai, ai, aidê
Joga bonito, que eu quero entender
Ai, ai, aidê
13. Baraúna Caiu
Baraúna caiu, quanto mais eu, quanto mais eu, quanto mais eu
Baraúna caiu, quanto mais eu
Quanto mais eu, quanto mais eu
Baraúna caiu, quanto mais eu
14. Arrancado de lá
Na sua terra o negro era gente.
Mas foi arrancado de lá
Na sua terra o negro era forte
Mas foi arrancado de lá
Na sua terra o negro era bonito, era puro
Mas foi arrancado de lá
Na sua terra o negro era guerreiro
Mas foi arrancado de lá
Na sua terra o negro Rei.
Mas foi arrancado de lá
Aqui o negro é nada, agora o negro é pouco, humilhado, espancado, sua coragem em frangalhos.
Mas dorme no peito do negro, latente ódio, e um grito de liberdade.
Quando eu venho de Luanda eu, não venho só,
Quando eu venho de Luanda eu, não venho só,
Quando eu venho de Luanda eu, não venho só,
Quando eu venho de Luanda eu, não venho só,
Trago meu corpo cansado, coração amargurado, saudade, fazem dó
Quando eu venho de Luanda eu, não venho só,
Quando eu venho de Luanda eu, não venho só,
Quando eu venho de Luanda eu, não venho só,
Quando eu venho de Luanda eu, não venho só,
Eu fui preso a traição, trazido na covardia,
e se fosse luta honesta, de lá ninguém me trazia,
Na pele eu troce a noite, na boca brilha o ar,
Trago a força e a magia presente dos orixás
Quando eu venho de Iluanda eu, não venho só,
Quando eu venho de Iluanda eu, não venho só,
Quando eu venho de Luanda eu, não venho só,
Quando eu venho de Luanda eu, não venho só,
Eu trago ardendo nas costas, o peso desta maldade,
Trago ecoando no peito, o grito de liberdade,
É grito de raça nobre, grito de raça guerreira,
É grito da raça negra, é grito de capoeira.
Quando eu venho de Iluanda eu, não venho só,
Quando eu venho de Iluanda eu, não venho só,
Quando eu venho de Luanda eu, não venho só,
Quando eu venho de Luanda eu, não venho só,
15. Berimbau já fez chamada
Berimbau já fez chamada,
Já é hora de lutar
Quem não luta fica longe
E quem luta vai chegar
Oi Ogum que é santo forte
Capoeira pede sorte
Nessa dança de matar
He, he é de matar
He, he é de matar
Quando eu vou não sei se volto
E nem sei se chego lá
Posso passar numa rua
Um moço me provocar
Posso dobrar uma esquina
Ouvir berimbau tocar
Gosto muito do trabalho, patrão,
Mas tenho que parar
Hê, hê, tenho que parar
Hê, hê, tenho que parar
CÁNTICOS DE CAPOEIRA
16.
Vou contar minha história, ô Iaiá
com uma dor no coração
Vou contar minha história, ô Iaiá
com uma dor no coração
Um aluno falou de mim
Um aluno falou de mim, ô Iaiá
com uma grande ingratidão
Sei que tu fala de mim
Sei que tu fala de mim, ô Iaiá
sei que tu de mim falou
Que eu não jogo Capoeira
Que eu não jogo Capoeira, ô Iaiá
Que eu não sou bom professor
Mas tu vai sentir saudade
Mas tu vai sentir saudade, ô Iaiá
daquele que te ensinou
Sei que Judas traiu Cristo
Sei que Judas traiu Cristo, ô Iaiá
da traição não se salvou
Sei que tu fala de mim
Sei que tu fala de mim, ô Iaiá
mas eu sei é quem eu sou
Iê, viva meu Deus
Iê, viva meu Deus, camará
Iê sou mandingueiro
Iê sou mandingueiro, camará
Iê, dá volta ao mundo
Iê, dá volta ao mundo, camará
Olha pega esse nego
e derruba no chão
esse nego é valente
esse nego é o cão
Pega esse nego
e derruba no chão
esse nego é valente
esse nego é o cão
Pega esse nego
e derruba no chão
Oi, zum, zum, zum
Acabaram com o samba
e ainda mataram um
Oi, zum, zum, zum
Acabaram com o samba
e ainda mataram um
Oi, zum, zum, zum
Capoeira, Capu
Maculelê, Maracatu
Oi não é Karaté
nem também Kung-Fu
Maculelê, Maracatu
Mas eu fui na Bahia
comer caruru
Maculelê, Maracatu
Pra comer caruru
e não comer angu
Maculelê, Maracatu
Oi, meu filho quando nascer
vou perguntar prá parteira:
O que é que o meu filho vai ser?
O meu filho vai ser Capoeira!
Capoeira, Capu
Maculelê, Maracatu
Oi não é Karaté
nem também Kung-Fu
Maculelê, Maracatu
Ô beira-mar, auê, beira-mar
Beira-mar, auê, beira-mar
Beira-mar, auê, beira-mar
Beira-mar, auê, beira-mar
Oi o riacho que corre pro rio
é o rio que corre pro mar
E o mar é morada de peixe
eu quero ver quem vai jogar
na cordão de ouro
Oi beira-mar, auê, beira-mar
Beira-mar, auê, beira-mar
E minha mãe chama Maria
Moradeira de maré
E no meio de tanta Maria
minha mãe não sei quem é
mas quero saber
Oi beira-mar, auê, beira-mar
Beira-mar, auê, beira-mar
Ê, Capoeira
tu quer me matar
Ê, Capoeira
joga lá que eu jogo cá
Ê, Capoeira
tu quer me matar
Ê, Capoeira
joga lá que eu jogo cá
Ê, Capoeira tu quer me matar
Ê, Capoeira joga lá que eu jogo cá
Já joguei com Mestre Bimba
já lutei com Lampião
já joguei com Seu Besouro
e também com Riachão
Ê, Capoeira
tu quer me matar
Ê, Capoeira
joga lá que eu jogo cá
Aprendi a Capoeira
Angola e Regional
e depois vim prá São Paulo
A CAPOEIRA E MEU AMOR
voce que se lembra de mim
nunca vi voce tan soo
dame u amor dame o choro
minha reinha
a capoeira e meu amor
le le le le leo
a capoeira e meu amor
le le le le leo